Abriu-se a passerelle com Latina, uma marca Riopele, trouxe-nos uma fusão do passado mono e a actualidade do stereo. O virtual dá lugar ao real, e o puzzle conseguido entre o rico dos cetins, algodões e sedas, que reflectem o azul navy e os rosas neutros, em detalhes discretos de um perfeito feminino.
Para a Concreto, Helder Baptista inspirou-se no frio dos glaciares, numa colecção onde o volume marca o seu espaço quando contrastado com silhuetas de peças mais finas e juntas, mas detentoras de um conforto. Incluem-se peças suaves de lã e os jeans de 100% algodão. O azul destes últimos a inspirar o profundo gélido dos oceanos.
Dom Colletto, por António Cunha, uma mescla entre o moderno e o clássico, de uma forte inspiração Italiana, privilegiam as cores, que obtêm um papel de sofisticação e movimento. Aqui destaca-se as cores intensas da mostarda e o bordeaux, à mistura com a sobriedade do cinza e rosa claro.
Meam, por Ricardo Preto, fecha o desfile inicial, com multiformas, riscadas em linhas puristas, expressando as emoções mais básicas do ser humano. As manchas de cor, apresentadas em quadros simples mas poderosos, transportados pelas caxemiras e veludos.
Seguiu-se o desfile dedicado ao calçado, onde o design, a sofisticação e o glamour foram explorados. Passaram Fly London, Dkode, Nobrand, Y.E.S., Chocolate Negro e Goldmud. As opções eram variadas. Do eclético e um look vintage estilo militar da Fly London, para o clássico e sexy anos 50 by Dkode, um look retro e inspiração Lolita anos 40 de um Nobrand, homens urbanos da Y.E.S., as formas arrojadas de um estilo contemporâneo em Chocolate Negro e terminando com o vanguardismo da Goldmud, fez da passerelle uma montra de praticalidade combinada com bom gosto.
Porque o Portugal Fashion é um lugar de moda, e porque moda é também aquilo que se ouve, os Fingertips apresentaram o seu último trabalho Venice no piso zero, com uma imagem criada pelo estilista Júlio Torcato.
Carlos Gil, que colecciona um número cada vez maior de fãs, foi super-ovacionado depois de nos brindar com uma colecção repleta de fascínio e elegância, libertada pela excelente escolha de materiais, como a seda, a caxemira e peles naturais.
Por outro lado e indo buscar inspiração ao fotógrafo Helmut Newton, Diogo Miranda apresenta-nos uma colecção provocativa, sensual e a resvalar o pornográfico, mostrando a feminilidade da mulher. "Erótica", era o título da sua colecção que a certa altura foi acompanhada pela música daquela que é conhecida por muitos como a "raínha" do erótico e da provocação, Madonna.
Lion of Porches, inspirou-se no imaginário da família inglesa residente nos ambientes e tons característicos do Douro. Os desportos náuticos transpareciam nos coordenados. Nos diferentes padrões destacamos as riscas bicolores, os emblemas, e losangos.
Vicri mostrou "A Weekend in the Countyside", pormenores sofisticados, num bestilo urbano em trânsito para algo mais rústico. As cores sóbrias do preto e castanho, em contraste com o picante quente do vermelho, mostarda e magenta. Os padrões geométricos são contrastados pelas representações gráficas de insectos.
A obsessão dos sapatos, caracteriza a colecção de Luis Onofre. Apresenta-nos uma silhueta mais masculina do que é habitual. Austera por um lado, mas ao mesmo tempo com pormenores em pele luxuosa. Visons, camurças e peles "Vechetta", tem acabamentos totalmente manuais e personalizados.
O inverso não tem de ser cinzento, quem nos diz é Dielmar, que nos apresenta um guarda-fatos colorido, onde não faltam os imprescindíveis casacos. Com várias formas, desde o corte tradicional ao dupla face. Os lisos aqui são excepção, porque os desenhos reinam em excelentes coordenados, onde não falta adereços como os lenços e écharpes, assim como sacos e até os óculos.
A vida é composta de diferenças, essas não tem de ser rivais, mas sim complementarem-se, assim é a sugestão que nos apresentou a colecção de Fátima Lopes. Preto e branco, como peças de um jogo, que se jogam em combinações que nos mostram a o Yin e Yang, fazendo reflectir a harmonia por exemplo presente no tabuleiro de xadrez. Um ambiente quebrado por um verde-esmeralda, que inspira esse do éter que vagueia criando uma atmosfera de paz, harmonia, de amor.
Assim termina em apoteose mais uma edição do Portugal Fashion, a 28º, onde se pode constatar as tendências, para o "Fall/Winter" 2011/12. Desde o mais glamouroso, passando pelo desportivo e o mais descontraído, dos tecidos, das cores, dos cortes. Acessórios para todos os gostos onde os sapatos foram as estrelas da passerelle, e a passerelle o céu das estrelas que se maravilharam com cada apresentação dos criadores.
Os parabéns à ANJE por mais esta edição do PortugalFashion.
Foto-reportagens
Parte I: www.portugalgay.pt/extra/portugalfashion2011.4/ .
Parte II: www.portugalgay.pt/extra/portugalfashion2011.5/ .