The Cult of JT LeRoy fala-nos de um fenómeno. JT LeRoy, o jovem prodígio da escrita, que vivia nas suas "trips" de droga escrevia como ninguém, e exaltava entre os mais ilustres reconhecimento e vontade de fazer parte do seu mundo. LeRoy era assim "protegido" por esses editores, poetas e outros famosos da América dos anos 90. Mas não tem bem que sempre dure nem mal que nunca acabe, ou se preferirem a mentira tem perna curta: a personagem JT LeRoy era um embuste, não havia jovem nenhum ou nenhuma, já que o seu género dependia ou do dia ou de quem o escutava, que escrevia os romances mais assombrosos e cativantes. Havia isso sim uma personagem marionete, que servia a uma alegada família protetora, de um alegado sem-abrigo drogado que nunca passou pelos sítios que diz ter passado, nunca esteve onde diz ter estado, nem nunca viveu onde diz ter vivido. Assombrosa história que nos mostra a manipulação dos seres humano na busca pela fama e a fortuna. Este é um filme da realizadora Marjorie Sturm também ela enganada entre tantos outros.
Sexy Money, realizado por Karin Junger fala da vida de algumas mulheres nigerianas que foram aliciadas para trabalhar na europa mas que quando cá chegaram, nomeadamente Holanda e Alemanha, o que encontraram foi uma vida de prostituição. Humilhadas e exploradas no regresso ao país de origem entram num programa de profissionalização que também aí não é mais que uma exploração. A mentora promete-lhes um ganho conseguido com os financiamentos que recebe da mulher branca mas esse ganho nunca chegou aos bolsos das formandas. Uma vez mais a rua é a solução, uma vez mais o ser humano humilha e explora a sua espécie, como se não bastasse tudo que faz ás restantes espécies da natureza. Um filme forte que só não é mais pesado porque se conta cantando: um musical de luta e resiliência de que amanhã será melhor que hoje, ou pelo menos assim se espera.
Foto-reportagem no QueerLisboa
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