Workshop
Nem só de cinema vive o Queer Lisboa, o realizador e argumentista brasileiro Gustavo Vinagre vai apresentar o workshop "Ver ou não ver, eis a questão". Quando representar o sexo explicitamente e visualmente e quando não? Existe maneira explícita de representação que não seja visual? Estas são algumas das questões que o cineasta vai procurar explorar no workshop, a partir de dois dos seus filmes: "Filme para poeta cego" e "Nova Dubai".
Queer Art
Este último filme está em competição na secção Queer Art. Distinguido no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba, Nova Dubai procura utilizar o sexo em locais públicos como uma forma de manifesto político contra a especulação imobiliária.
No âmbito da mesma secção competitiva será exibido o filme Tots El Camins de Déu, da cineasta catalã Gemma Ferraté, que estará presente na sessão. Em forma de poema visual, esta é uma obra assombrada pela noção cristã da culpa, sendo uma evocação contemporânea de Judas Iscariotes tentando escapar da sua própria culpa depois de trair o melhor amigo.
Queer Focus
Hoje arranca a secção Queer Focus, cujo programa deste ano procura questionar as relações de poder que se estabelecem através do sexo. O primeiro filme desta secção intitula-se Die Menschenliebe e é um documentário realizado por Maximilian Haslberger no qual assistimos à realidade de pessoas com deficiência que continuam a enfrentar barreiras no momento de estruturarem o seu desejo e o seu amor.
Segue-se Sexy Money, um documentário musical sobre mulheres nigerianas que foram exploradas como prostitutas na Europa e que decidem iniciar uma nova vida. O documentário foi realizado pela cineasta belga Karin Junger.
A secção Queer Focus continuará até ao último dia de festival com os documentários: Love Hotel, de Phil Cox e Hikaru Toda (a produtora Giovanni Stopponi estará presente); Baby I Will Make You Sweat, realizado por Birgit Hein (que estará presente na sessão); e Kopfkino, de Lene Berg.
Documentários
Integrado na Competição de Documentários será exibido no sétimo dia do Queer Lisboa 19 Call Me Marianna, de Karolina Bielawska, realizadora polaca que estará presente na sessão. O documentário é um pungente relato de transição de uma transsexual, sendo mais que apenas uma outra abordagem à realidade da transfobia. O filme conta a história de Marianna, uma atrativa mulher de 40 anos que processa os pais a fim de conseguir uma mudança de sexo. Alienada pela mãe e ignorada pelos melhores amigos, procura refúgio num grupo de teatro onde chega a termos com a sua situação ao ensaiar uma peça baseada no seu passado. Já em contagem decrescente para a cirurgia, Marianna começa um romance improvável com um homem mais velho que lhe oferece um raio de esperança, mas continua atormentada pela ideia de perder o que lhe é mais querido, a sua família.
Competição Longas-Metragens
O destaque da sétima noite vai para o filme Je Suis À Toi, que integra a Competição de Longas-Metragens. Realizado pelo belga David Lambert, o filme conta a história do jovem argentino Lucas (Nahuel Pérez Biscayart, protagonista do marcante Glue), que chega a uma pequena cidade belga para visitar Henry (Jean-Michel Balthazar), o dono de uma padaria que se apaixonou por si através da internet. Lucas pavoneou o seu corpo online na esperança de encontrar um futuro melhor. Henry comprou-lhe um bilhete de avião para a Europa, na expetativa de que Lucas não só partilhasse a cama com ele, mas também o trabalho na padaria. No entanto, as suas ideias sobre convivência conjugal diferem muito, acabando por se aproximar de Audrey (Monia Chokri, que tem trabalhado regularmente com o célebre Xavier Dolan, nomeadamente nos filmes Amores Imaginários eLaurence Para Sempre). O filme foi distinguido na 20.ª edição do Festival Chéries-Chéris e no Karlovy Vary International Film Festival.
Festa noite fora
Já a partir das 23h30 a festa faz-se no 49 ZDB, no Bairro Alto, na qual vários membros da equipa do Queer Lisboa saem da sala de cinema e saltam para trás da cabine de DJ.
Mais info?
No site do festival: www.queerlisboa.pt .
