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Quarta-feira, 24 Agosto 2005 00:59

PORTUGAL
Associações defendem representação da homossexualidade na TV



PortugalGay.pt

As principais associações portuguesas de defesa dos direitos dos homossexuais concordam com a importância da crescente representação da homossexualidade, dos seus direitos e da sua diversidade, na televisão portuguesa. No entanto, programas de travestismo e paródias acerca da homossexualidade não são encarados da mesma forma.


Os canais de televisão portugueses têm recentemente dado ênfase à representação da homossexualidade, o que é considerado positivo quer pela Opus Gay Portugal quer pela ILGA Portugal. "O que estes programas fazem é retratar a realidade social. Existem homossexuais em todas as religiões, etnias e profissões. Faz parte da diversidade humana, o país tem de se habituar a esta diversidade", afirma António Serzedelo, presidente da Opus Gay.

"Esperamos que o surgimento de programas ligados à homossexualidade não seja apenas uma moda", afirma Paulo Corte Real, coordenador do grupo de intervenção política da ILGA Portugal. "Estes programas não fazem mais do que representar a vida de uma forma mais realista", acrescentou. "Estima-se que cinco a dez por cento da população portuguesa seja homossexual, e sabemos que essa percentagem é muito inferior na representação feita pelos media. Esperamos que este seja um pequeno passo para uma representação mais realista."

O responsável da ILGA considera ainda que "dentro da comunidade homossexual existe uma grande diversidade de "imagens", como tal é necessário que todas elas sejam representadas".

Ninguém Como Tu é, segundo Paulo Corte Real, "uma contribuição muito positiva, pois é importante que sejam representados vários modelos". "Neste caso, assistimos à descoberta da homossexualidade." O responsável da Opus Gay vê também com bons olhos as personagens homossexuais colocadas nas novelas portuguesas - como João (Frederico Barata) e Alexandre (Joaquim Horta) em Ninguém Como Tu, e Liliana (Maria Sampaio) em Morangos com Açúcar (ambas da TVI).

Quanto aos novos reality shows, onde homossexuais assumidos conduzem o programa - como Esquadrão G: Não és homem não és nada, uma adaptação do original norte-americano Queer Eye for the Straight Guy que a SIC vai estrear em Setembro - Serzedelo considera que, caso "os programas sejam correctamente adaptados, só poderão ser úteis".

Numa altura em que, por exemplo, a SIC última os preparativos para Sr. Dona Lady, programa que irá transformar homens em mulheres, e após experiências similares da TVI no seu programa da manhã, António Serzedelo considera que "alguns tipos de representação homossexual" não possuem os mesmos aspectos positivos. É o caso de "programas de travestismo e certas paródias que se fazem nos programas da tarde em Portugal". Estes, considera, "não são um bom exemplo do que se deve fazer". "No Brasil, este género de programas são geralmente designados como "abaixo a baixaria"", refere Serzedelo.

Para Rui Vilhena, argumentista da telenovela Ninguém Como Tu, a representação da homossexualidade nas suas personagens surge como algo natural, pois "uma novela urbana contemporânea tem de funcionar como um espelho da sociedade, por isso é evidente que temos que colocar a homossexualidade nela". Em Ninguém Como Tu existem representações diferentes da homossexualidade. "Alexandre [Joaquim Horta] mostra que os homossexuais são pessoas normais, que sofrem, trabalham, vão as compras..." Já na personagem de João (Frederico Barata) o essencial foi mostrar que "as pessoas não escolhem ser homossexuais e é essencial que se veja como um jovem descobre e lida com a homossexualidade".

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