Em 2005 Viseu, com a Câmara dirigida por Fernando Ruas do PSD, viu o nome da sua cidade difundido como uma cidade homofóbica. Em questão estavam perseguições efetuadas por um grupo de indivíduos com idades compreendidas na casa dos vintes, a pessoas homossexuais que tinham como ponto de encontro uma das áreas de descanso do velhinho IP5. As perseguições resultaram numas quantas agressões, agressões que a policia teve conhecimento, mas que nunca tiveram consequências para os agressores, mas sobre as vitimas Fernando Ruas caraterizou os referidos encontros como sendo práticas de prostituição homossexual e que iria tomar posição sobre essas práticas, já sobre as agressões, preferiu desvalorizá-las.
De lá para cá, talvez inspirados pelo espírito de Viriato, Viseu conheceu avanços no respeito dos Direitos Humanos e na luta pela proteção dos mesmos, nomeadamente a plataforma JÁ MARCHAVAS realizou a Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTI+ que conta já com quatro edições, entre outras atividades políticas e culturais.
Pedro Calheiros candidato à Câmara de Viseu pelo CHEGA, será um dos agressores
Contudo e apesar destes avanços, na passada quarta-feira, 21, Viseu regressa aos escaparates, dezasseis anos depois, pelos mesmo motivos, ou similares, que desta vez não carecem de grande investigação por parte das autoridades: os agressores foram identificados como sendo militantes do partido CHEGA, e Pedro Calheiros, o candidato à Câmara de Viseu pelo CHEGA, está entre os agressores, referiu ao PortugalGay.pt um habitante de Viseu.
A agressão terá acontecido depois de a vitima ter respondido ás agressões verbais lançadas pelos referidos militantes, e estes não terão gostado que, ao contrário de vezes anteriores, a pessoa insultada não tivesse permanecido em silêncio e levado o desaforo para casa, e como tal passaram da violência verbal para a violência física.
Outros partidos repudiam agressões, CHEGA ainda está a "averiguar"
Os partidos Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal e PAN reagiram de seguida a terem conhecimento do incidente, repudiando firmemente a agressão. O presidente da distrital do CHEGA, João Tilly, disse à comunicação social que o “incidente ainda está em fase de averiguação” e que posteriormente fará chegar ao partido a conclusão da investigação. Adianta ainda que os militantes envolvidos nas agressões (ou seja, mais que um) não confirmam a versão da vítima, dizem que terá sido a vitima a agredir um dos elementos do grupo de militantes do partido.
Plataforma Já Marchavas reage
A plataforma Já Marchavas diz que não podemos, as pessoas em geral, deixar-nos “enganar por um partido cuja sua génese é marcadamente populista, fascista, racista, machista, xenófoba e LGBTI+fóbica”, disse em comunicado.
Temos conhecimento de que a vitima desta agressão terá ainda sido intimidada no sentido de não apresentar queixa formal junto das autoridades, que estiveram presentes no local.