Mais um filme bstante agradável na competição das longas metragens do Queer Lisboa 24...
Chama-se "Stress Positions" e foi realizado por uma realizadora que tem aqui a sua estreia como directora e é também neste filme a intérprete de uma importante personagem.
É mais um daqueles filmes que foge um pouco às características que nos últimos festivais premeia filmes relacionados com aquelas letrinhas que acompanham a sigla LGBT...
E portanto será uma grande surpresa se for o vencedor, mas há um prémio que lhe assentaria muito bem, o de melhor actor pois John Early é absolutamente genial.
Ou seja, é a história de Terry Goon (John Early), que mantém no tempo do pós-Covid, uma rigorosa quarentena no apartamento do seu ex-marido, em Brooklyn, enquanto cuida do seu sobrinho Bahlul, um modelo marroquino de 19 anos, acamado após um acidente de trotinete.
Infelizmente para Terry, todas as pessoas à sua volta só querem conhecer o modelo.
Há algo nas sensibilidades de Theda (a realizadora) que é ao mesmo tempo claustrofóbico e expansivo, ao mesmo tempo realista e surreal, e esses contrastes trabalham juntos para criar uma sensação de movimento e dinamismo.
Como o título diz, existe uma tensão constante, e o desconforto e o senso de humor muito específico irão desanimar muitas pessoas e quem não gostar dos primeiros 20 minutos, provavelmente não vai adorar o resto, mas esta é um das comédias mais criativas já escritas, com excelente desenvolvimento de personagens e uma enorme confiança depositada no público.
A química entre Theda Hammel e John Early é irreal.
Excelentes interpretações, principalmente de Sayyid El Alami, no papel de Willy.