Os vencedores do certame dedicado ao cinema de temática gay e lésbico foram anunciados durante a cerimónia de encerramento que hoje decorreu no Cinema São Jorge, em Lisboa, depois de ter exibido 90 filmes desde a inauguração, a 14 de Setembro.
A longa-metragem «Solange du hier bist/Enquanto estás aqui» (tradução livre) foi premiada «pelo equilíbrio entre a forma e o conteúdo e porque a solidão e a proximidade da morte, temas não frequentemente tratados no cinema, fazem com que o filme abra portas a públicos, independentemente da sua sexualidade», justificou o júri.
A actriz Cucha Carvalheiro, o director e programador do Festival Mezipatra de Praga, Ales Rumpel, o programador do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Turim, Giuseppe Savoca, e a radialista Inês Meneses, integraram o júri nesta categoria, à qual concorreram 13 longas-metragens.
«Estrellas de la Línea» (Espanha, 2006), de Chema Rodríguez foi eleito o Melhor Documentário do festival por um júri constituído pela realizadora Ana Luísa Guimarães, a jornalista Fernanda Câncio, e o programador do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Milão, Matteo Colombo.
«Um filme que não é gay, não é lésbico nem transgender, mas universal, inteligente, inesperado e comovente, sobre a capacidade de resistir, de desafiar o destino e as convenções sexuais, de género, sociais e culturais», aduziu o júri da categoria documentário, que avaliou 11 obras em competição.
O festival atribuiu ainda um Prémio do Público, patrocinado pela Editora Bico de Pena, à curta-metragem documental «Singularidades», do realizador brasileiro Luciano Coelho, que competiu com mais 47 filmes.
Também foi atribuída uma Menção Especial à actriz brasileira Carla Ribas pela sua interpretação no filme «A casa de Alice», do realizador brasileiro Chico Teixeira.
Os prémios pecuniários para a Melhor Longa-Metragem e para o Melhor Documentário são de mil euros cada, enquanto o Prémio do Público para a Melhor Curta-Metragem ascende a 500 euros.
Em declarações à agência Lusa, o director do festival, João Ferreira, avaliou que a presente edição registou «um grande salto em termos de público e dinâmica, sobretudo porque decorreu no centro da cidade» de Lisboa.
O Festival Gay e Lésbico de Lisboa «continua a crescer em público jovem, na sua maioria estudantes, mas também muitas pessoas que não pertencem à comunidade a que o certame é dirigido».
«O mais importante é que somos um festival de cinema, e os filmes são para serem vistos por todas as pessoas», sublinhou.
Por outro lado, lamentou a perda, pela primeira vez, do apoio financeiro do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICA), justificada com «a impossibilidade de apoiar todos os pedidos de muitos festivais de cinema».
Entre outros patrocínios, o certame conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, através de um protocolo assinado no ano passado e válido por três anos.
[Confira toda a programação em: www.queerlisboa.org ]