A polícia apresentou provas de que ele teria abusado sexualmente de pelo menos cinco menores que frequentavam a sua paróquia em Sorocaba, a 100 quilómetros de São Paulo, em 2002. É o primeiro caso de condenação por pedofilia a envolver um religioso no Brasil. A decisão foi tomada pelo juiz Marcelo França de Siqueira e Silva, da 2ª Vara Criminal de Sorocaba. Por tratar-se de um crime hediondo, o réu - que está preso desde dezembro do ano passado - não tem direito à liberdade provisória. Apesar da pena elevada, o padre Alfieri pode ser libertado depois de cumprir trinta anos de prisão. A lei brasileira estabelece esse tempo como pena máxima. O padre ainda pode recorrer a instâncias superiores. O advogado Abramo Rubens Cuter afirmou, depois do julgamento, que irá apelar da sentença. Ele considera a decisão "uma heresia jurídica". "Faltou coragem ao juiz para admitir, perante a população, que o padre é inocente", disse. Para elaborar a sentença, o juiz considerou os depoimentos de apenas cinco das catorze vítimas que integram o processo. As outras teriam sido descartadas por inconsistência. Além das possíveis vítimas, a acusação também apresentou dois diários pertencentes ao padre, escritos à mão, que conteriam descrições de comportamentos similares aos crimes.
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