O relatório conclui que os cambojanos LGBT enfrentam desafios únicos, incluindo o ostracismo de suas famílias e comunidades que muitas vezes leva a dificuldades económicas, bem como a discriminação por parte dos empregadores e as autoridades.
O relatório argumenta que o conceito de homossexualidade como entendido no "Ocidente" não pode ser transferido diretamente para o Camboja.
"A compreensão da sexualidade do Camboja é derivado do conceito de género de caráter e personalidade", diz. "O foco sobre esses traços de caráter e características visíveis exteriormente, em vez de orientação sexual, significa que muitos cambojanos que são homossexuais não se identificam como tal."
Segundo o relatório o Budismo geralmente tolera a homossexualidade.
"A homossexualidade se bem que vista como uma excentricidade, não atrai o tipo de reação agressiva como pode ser visto nas culturas cristã ou muçulmana", afirma. "O budismo em si não coloca o valor do casamento ou da procriação. Matrimónio e a procriação são considerados positivos, se são baseados no amor e respeito, mas podem ser considerado negativos se causam dor ou conflitos. Contudo, no Camboja, as pressões culturais, sociais e económicas ultrapassam os ensinamentos budista sobre o casamento - os valores familiares são muito importantes e a pressão é enorme sobre os filhos e filhas para casarem e terem filhos ".
"O comportamento sexual entre os jovens do sexo masculino é visto como experimentação inofensiva, desde que as mulheres permaneçam 'puras' até o casamento", afirma o relatório. "Um indiscrição na juventude pode ser esquecida ou pode despercebida. É esperado que, eventualmente, os homens se casem e tenham filhos. Dados os papéis tradicionais de género, as mulheres têm menos capacidade de buscar relacionamentos do mesmo sexo que os homens homossexuais, seja em privada ou em público".
"O risco do ostracismo de uma rede de familiares próximos e as dificuldades económicas decorrentes de vida fora da rede familiar podem significar que as pessoas LGBT não vivem a vida que desejariam ou têm de gerir as suas relações homossexuais em segredo", concluem os pesquisadores.
Um sentido de comunidade LGBT
No entanto, uma comunidade LGBT está a surgir no país. A celebração do orgulho, que inclui workshops, filmes, exposições de arte e encontros sociais, foi iniciada em 2003. Quatrocentas pessoas participaram nos eventos em 2009.
Os organizadores do Orgulho formaram uma organização chamada RoCK para apoiar as pessoas LGBT e sensibilizar os cambojanos não-gay. A "cena" gay tem-se desenvolvido em Phnom Penh e Siem Reap.
E a "Internet tem permitido ao povo gay cambojano uma ligação com outros gays, aumentando assim sensibilização de uma comunidade LGBT mais abrangente, global e a possibilidade de interagirem", pode ler-se no relatório.
A pesquisa, financiada pela Associação Sueca para Educação Sexual, pode ser descarregada em Inglês e em Khmer em www.cchrcambodia.org .