Os três activistas dos direitos humanos, James Chaney, de 21 anos, Andrew Goodman, de 20, e Michael Schwerner, de 24, tinham-se deslocado ao Mississípi, há 41 anos, para ajudarem no registo de eleitores negros. Depois de terem estado a trabalhar à noite numa igreja que tinha antes sido incendiada, o carro em que seguiam foi mandado parar pela polícia. Elementos do Ku Klux Klan que esperavam em várias carrinhas levaram-nos do local e só 44 dias mais tarde os corpos seriam descobertos, enterrados junto a uma pequena barragem. Chaney, o único negro do grupo, tinha sido espancado até à morte, os seus dois colegas brancos foram mortos a tiro. Edgar Ray Killen, conhecido na região por "pregador Killen", era na época o chefe do Ku Klux Klan na pequena cidade vizinha de Meridian, e desde logo se suspeitou que seria ele o responsável pela organização da morte dos activistas. Fora ele que reunira os seus correligionários racistas que dias antes das mortes tinham incendiado a igreja onde os três se reuniram na noite da embuscada. O caso inspirou inclusivamente, em 1988, o filme de Alan Parker Mississípi em Chamas.
Killen foi um dos 18 acusados em 1967 de terem violado os direitos dos activistas dos direitos civis. Sete deles, incluindo Sam Bowers, na época Feiticeiro Imperial do Ku Klux Klan, foram considerados culpados, mas Killen e outros nove, incluindo o xerife local implicado na ordem à polícia para mandar parar o automóvel dos activistas, foram absolvidos.
Na altura, uma das juradas afirmara que não seria capaz de declarar culpado um pregador/padre. Sam Bowers cumpre uma pena de prisão perpétua pelo ataque bombista que em 1966 vitimou o activista dos direitos humanos Vernon Dahmer.Em Janeiro deste ano, o procurador-geral do Mississípi conseguiu reabrir o caso a favor das famílias das vítimas e o "pregador Killen", hoje com 80 anos de idade, foi finalmente julgado.