A Assembléia Geral de Kirk discutirá a questão em Maio. Apresentado pelo Fórum Teológico da Igreja da Escócia, o grupo apelou à Igreja para "reconhecer" as suas próprias falhas. "Como Igreja, muitas vezes não conseguimos reconhecer e proteger a identidade e a vocação cristã dos LGBT e acreditamos que a Igreja como um todo, deve reconhecer as suas falhas, cuja identidade e vocação cristã não reconhece e protege", afirma o relatório.
Enquanto o relatório indique que a maioria das pessoas considera que a Bíblia condena a homossexualidade, também sugere que há interpretações na escritura que acolhem o amor de gays e lésbicas.
As condenações bíblicas da atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo foram enquadradas em contextos culturais muito diferentes dos nossos e referiam-se a actos individuais em vez de pessoas comprometidas e fiéis dispostas a consagrarem as suas relações nos votos perante Deus
Mesmo que a Igreja da Escócia permita casamentos entre pessoas do mesmo sexo, é provável que a resolução assegure que os pastores ou diáconos tenham a opção de se recusarem a realizar serviços a casais do mesmo sexo, sem que sejam punidos por isso. Cerca de 1.5 milhões de Escoceses indicaram ter alguma ligação à Igreja em 2014.
E no resto do Reino Unido?
Em 2015, a Igreja no País de Gales discutiu casamentos entre pessoas do mesmo sexo e "mais de metade do Corpo Governante votou a favor". No entanto, devido à necessidade de uma maioria de dois terços, o Tribunal dos Bispos decidiu aprovar uma "série de orações que podem ser ditas por um casal após a celebração de uma parceria civil ou casamento civil".
Já em Inglaterra a questão é mais complicada: a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que em entrou em vigor em 2014, indica expressamente que a Igreja da Inglaterra está proibida de realizar cerimónias para casais homossexuais. No entanto se os corpos da Igreja de Inglaterra tomarem a decisão, não parece que o poder legislativo tenha problemas em alterar a lei.