O primeiro single tem, nessa medida, um significado especial "Quem me leva os meus fantasmas" aborda a vida dos sem-abrigo em Portugal - o teledisco mostra mesmo vários portugueses sem tecto e a dormir em plena rua.
A predominância de temas dramáticos continua o caso da transsexual assassinado no Porto no ano passado é outro motivo forte: "Balada de Gisberta", canção que discorre sobre a intolerância da sociedade, aqui traduzida na história real de humilhação e linchamento que resultou em homicídio. Do alinhamento faz ainda parte outro tema com títulos promitente: "Tenho uma arma". Seguem-se dois que remetem para o lado confessional do artista: "A cada não que dizes" ou "Que nunca caiam as pontes entre nós".
Na interpretação das músicas, Pedro Abrunhosa assume o comando do piano e volta a contar com cinco instrumentistas do colectivo que o secunda - os Bandemónio João André (baixo), Marco Nunes (guitarra), Pedro Martins (bateria), Egar Caramelo (saxofone) e Cláudio Souto (teclas).
"Luz" é o quinto álbum e surge cinco anos depois de "Momento", marca no carreira do compositor portuense que atingiu a dupla platina, reflexo de vendas superiores a 90 mil unidades.
Nascido no Porto, óculos escuros permanentes desde que entrou na esfera pública, armado de um "discurso" político e crítico da sociedade portuguesa como imagens de marca, Abrunhosa conta com largos anos de vida musical, com passagem pelo jazz.
Só atingiu, no entanto, um nível mais mediático nos anos 1990, com "Viagens", influenciado pelo funk de James Brown (140 mil exemplares). Editou ainda "Tempo" (1996) e "Silêncio" (1999).
A agenda não contempla, ainda, qualquer concerto.