O fim da Don't Ask, Don't Tell já tinha sido aprovado pela câmara baixa há meses mas ficou encravado no Senado devido a um processo burocrático que só pode ser ultrapassado com 60 dos 100 senadores. Hoje esse passo foi dado e a votação final está marcada para o final do dia (por volta das 20:00, hora de Lisboa) e como apenas precisa de maioria simples é dada como certa a sua aprovação.
Os opositores ao final da lei que proibia pessoas que fossem abertamente gays e lésbicas nas forças armadas dos EUA alegaram que a mudança poderia prejudicar a coesão da unidade. Outro problema também foi o facto de existirem no momento tropas norte-americanas a combater no estrangeiro e que tal medida poderia colocar em risco estas acções.
No entanto um estudo feito especificamente pelo Pentágono sobre esta questão é claro a indicar que a esmagadora maioria dos militares não tem problemas com o fim da DADT, e que é possível algumas perturbações pontuais mas sem efeitos duradouros.
Após a votação final no senado o projecto de lei será enviada para o Presidente Obama. Após a sua assinatura a nova lei só será aplicada após, pelo menos, sessenta dias em que serão preparadas questões processuais e após ter a assinatura dos responsáveis pelos vários ramos das forças militares dos EUA.
A Casa Branca já emitiu um comunicado sobre a primeira votação de hoje em que afirma que o "Senado deu um passo histórico em direção ao fim de uma política que enfraquece a nossa segurança nacional" e que a DADT violava os "próprios ideais" que os militares lutam todos os dias com o risco das suas vidas. Obama destacou o facto de que "milhares de patriotas" deixarão de poderem ser expulsos pelo simples facto de serem homossexuais, assim como poderão deixar de "viver uma mentira, a fim de servirem o país que amam".
O presidente afirma que irá trabalhar com os militares para garantir uma "transição responsável" para a nova política.
E termina a sua mensagem com o voto que o Senado lhe envie o projecto para que ele o possa assinar passando a ser lei.
Actualização 22:45
Como esperado o projecto foi aprovado pelo Senado com a votação final de 65 - 31, efectivamente marcando o fim da lei com 17 anos que já levou à expulsão de cerca de 13000 militares pelo simples facto de se saber que eram gays ou lésbicas.
Na câmara baixa a votação foi de 250-175 nesta quarta-feira sobre o fim da DADT.
O duelo dos últimos meses senado foi marcado por um lado por John McCain, o antigo candidato presidencial e veterano da guerra do Vietname que se opõe ferozmente à aceitação de gays e lésbicas nas forças armadas e por outro por Joe Lieberman, senador independente pelo Connecticut (e também candidato vice-presidente com Al Gore) que tem lutado passo a passo para ganhar os votos de apoio ao fim da proibição nos EUA, que é única nos países da NATO.