Esperava-nos uma sala renovada, com ar condicionado, e lotação completamente esgotada - estava afixado na bilheteira desde as 18:30 um bilhete a informar que não havia mais bilhetes.

Mas mesmo antes da inauguração da exposição de Mário Cesariny, mesmo antes de as portas de facto se abrirem, na frente do São Jorge reunia-se um breve número de pessoas, que vieram pedir ao Queer Lisboa que revisse a sua ligação com a embaixada Israelita, lia-se numa das faixas “Contra o Apartheid Israelita”. Este evento foi promovido pelas “Panteras Rosa”, e esta manifestação pacifica prende-se com uma imagem em que, segundo os promotores, Israel pretende passar de liberdade, muito embora construa muros de rejeição. Como foi uma manifestação pacifica, as pessoas receberam bem a mensagem, foram distribuídos panfletos com um breve manifesto onde se lia a razão da manifestação, e a determinada altura lia-se ”Esta não é uma acção contra o Queer Lisboa, contra a mostra de filmes israelitas ou a vinda de realizadores de Israel, e muito menos “anti-Israel”, mas sim pela paz para todos os povos do Médio Oriente, pelos direitos do povo palestiniano e contra as violações sistemáticas dos Direitos Humanos por Israel”.

Explicado que está o evento no exterior, passamos ao interior do São Jorge onde muito rapidamente a sala 1, renovada e fresca, encheu. E quando estaríamos todos aguardar que alguém subisse ao palco para falar connosco eis que uma voz muito conhecida de todos se ouve em off. Não, não se trata de nenhuma figura pública da televisão, até são poucos os que o conhecem pessoalmente, mas a voz essa é inconfundível, a “Bicha do demónio” fez a breve apresentação das secções do Queer Lisboa, fez as suas graças, e no fim foi ovacionada com vigor.

Mas logo depois entramos no assunto sério, e então Albino Cunha fez as honras da casa chamando depois João Ferreira, e este trouxe ao palco todas e todos que fazem o Queer Lisboa, desde o júri aos voluntários.

A sessão de abertura foi uma película deliciosa, uma história de amor entre dois meios-irmãos, que se tornam inseparáveis desde o nascimento do mais novo. O mano velho torna-se seu protector, e nunca mais deixa de o ser, e aquilo que foi um comportamento natural entre manos de idades diferentes, a sua mãe começa a ver que talvez exista algo mais, mas enquanto a mãe já vê esse sentimento, os irmãos apenas gostam um do outro... mas mais tarde descobre que o que existe entre eles é amor.

Uma história com humor, com dor, mas repleta de amor e dedicação. Para quem não viu, pode ver amanha ás 17:00, na sala um.