Os manifestantes concentraram-se ao início da tarde na praça do Martim Moniz, alguns dos quais empunhando bandeiras de Portugal, da Frente Nacional e do Partido Nacional Revolucionário (PNR, extrema-direita) que se associou ao protesto.
Em declarações aos jornalistas, o dirigente da Frente Nacional, Mário Machado, um dos principais organizadores desta manifestação definiu a iniciativa como um "protesto contra a violência grupal que tem assolado o país". O protesto serve "para dizer aos políticos que há portugueses que estão despertos para o que se está a passar e estão dispostos a tomar medidas", acrescentou.
"O nosso país está tomado a saque e os brancos cada vez mais são um alvo dos ataques das outras minorias", salientou o dirigente da Frente Nacional, sublinhando que "esta não é uma manifestação racista" mas apenas uma forma de demonstrar "orgulho na raça e no povo português". "Somos portugueses há 850 anos. Eles compraram o Bilhete de Identidade no Martim Moniz e no Rossio há cerca de 30", acusou.
Cerca das 15h00, o grupo dirigiu-se para a praça do Rossio, numa marcha encabeçada por uma faixa onde é possível ler-se Isto é nosso, relata a TSF. Nos cartazes que alguns manifestantes ostentam, podem ver-se ainda frases como "Sampaio na Cova da Moura os portugueses no Martim Moniz", "Travar a imigração e expatriar os clandestinos", "Basta, basta. Imigrantes igual a crime" ou "Não existem direitos iguais quando és um alvo por seres branco".
Durante a marcha, os participantes entoaram por várias vezes o hino nacional e gritaram palavras de ordem contra o alegado aumento da criminalidade e a imigração. A marcha foi acompanhada por agentes da PSP, que mobilizou um dispositivo de segurança especial para o efeito.
A manifestação foi autorizada pelo Governo Civil de Lisboa, em resposta a um pedido subscrito por três cidadãos, sem referência a qualquer organização, embora a Frente Nacional tenha feito a convocatória do protesto no seu sítio na Internet.
Na origem da manifestação esteve o assalto ocorrido a semana passada na praia de Carcavelos, levada a cabo por cerca de 50 jovens, que terão agredido e roubado vários banhistas.
Os manifestantes de extrema-direita estavam já a desmobilizar do Rossio, onde terminou a marcha, quando se registaram algumas trocas de insultos entre populares que se concentraram num dos lados da praça e participantes na manifestação.
As provocações de parte a parte levaram o Corpo de Intervenção, que até então se mantinha afastado, a acorrer ao local, criando uma barreira entre manifestantes e contra-manifestantes. Segundo a TSF, registaram-se mesmo algumas agressões, o que levou o Corpo de Intervenção a intervir e, no meio da confusão, alguns repórteres fotográficos acabaram por ser atingidos pelos agentes.
Cerca das 16h00 a situação estava já calma na praça do Rossio, onde não eram visíveis manifestantes, mas os jornalistas no local davam conta de alguns incidentes na Rua do Ouro e outras artérias adjacentes, para onde foram mobilizados os agentes da polícia.