A mais alta hierarquia ortodoxa sublinha que "a Igreja não recusa ajuda aos infelizes atingidos por essa desgraça, pois Deus é amor e os cristãos devem rezar por todos os pecadores e desejar a sua salvação", mas ressalva que os ortodoxos "não podem apoiar a depravação da natureza humana, criada pelo Próprio Criador". No comunicado ontem divulgado em Moscovo, os ortodoxos russos recordam que mantiveram relações com a Igreja Episcopal dos EUA durante quase duzentos anos, nomeadamente durante a "Guerra Fria", quando "os cristãos conservaram a compreensão mútua e se apoiaram uns aos outros num mundo dividido em blocos opostos". "Porém - sublinha-se no comunicado - a nomeação de um bispo homossexual torna impossível qualquer tipo de contacto com ele e com os que o nomearam, não só no campo do diálogo teológico mas também nas esferas humanitária e religioso-social". Depois de considerar que a decisão da Igreja Episcopal Americana é "profundamente anti-cristã e pecaminosa", os hierarcas ortodoxos russos prometem continuar a rezar "para que o nosso Deus, do amor e da concórdia, ilumine os membros da Igreja Episcopal Americana e os ajude a voltar ao caminho da Verdade". Em Outubro passado, o padre ortodoxo russo Vladimir aceitou casar, a troco de quinze mil rublos (cerca de quinhentos euros) um casal homossexual num templo da cidade de Nijninovgorod, situada a Sul de Moscovo. A Igreja Ortodoxa Russa respondeu a este desafio excomungando o sacerdote e mandado destruir o templo de madeira onde teve lugar a cerimónia nupcial.