Esta é a principal conclusão da reunião extraordinária que durante dois dias juntou, em Londres, os mais altos representantes da Igreja Anglicana em busca de um consenso em torno do papel dos homossexuais na comunidade, depois da convenção episcopal ter confirmado a nomeação de Gene Robinson para o cargo de bispo, situação que provocou polémica junto da facção anglicana mais conservadora. O consenso parecia ser, no final da reunião de quarta-feira, uma forte possibilidade, mas no final do dia de ontem o comunicado conjunto onde eram referidas as principais conclusões do encontro voltava a evidenciar que o entendimento é quase impossível. "Se a consagração se verificar, então isso significa que atingimos um ponto crítico na vida da Comunidade Anglicana e que o seu futuro pode estar em risco", podia ler-se no documento. O texto refere também que a designação oficial de Robinson, agendada para o dia 2 de Novembro, "não será certamente reconhecida pela maioria da comunhão, e conduzirá a outro tipo de divisões, mesmo dentro da Igreja Episcopal". A facção conservadora norte-americana terá já planeado uma ruptura total com a Igreja Episcopal (mais liberal), assumindo-se como o corpo fundamental da corrente nos Estados Unidos. O bispo Rowan Williams terá também que organizar uma comissão e apresentar os resultados de uma pesquisa sobre a presença de homossexuais na comunidade cristã. A Nigéria, uma das principais opositoras à ideia da presença de homossexuais na igreja, tem um papel importante na discussão do tema, dados os seus 17 milhões de fiéis. Esta é a maior comunidade de anglicanos praticantes. [Nota PortugalGay.PT: Estamos a falar da mesma Nigéria que recentemente condenou uma mulher à morte por adultério e um homem por sodomia, e que negou a presença da ILGA Mundo na conferência Anti-Racismo das Nações Unidas]
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