Por um lado o grupo "Los Indifnados" protestam contra os gastos de fundos públicos para a iniciativa, especialmente em tempos de forte contenção das despesas e com 21 por cento de desemprego no país. Até padres católicos já mostraram desagrado pela mega-operação e pelos custos da mesma.
A "Rede Cristianos" tem mostrado o seu desagrado pelo evento que é considerado muito caro em termos de crise, mas são claros a indicar que não são contra o Papa. O sacerdote Evaristo Villar explica: "não se faz um evento deste tipo num país que tem cinco milhões de desempregados". E um exemplo específico foi para a questão dos transportes públicos que foram recentemente aumentados em mais de 50% e agora são aplicados descontos especiais aos visitantes.
Os organizadores do festival defendem-se dizendo que o evento irá gerá cerca de 100 milhões de euros para os cofres do Estado, defendendo que é uma oportunidade única para a economia.
Já os críticos colocam os custos precisamente em 100 milhões de euros, mas o governo recusou-se a apresentar valores concretos. A única informação foi que a maioria dos custos seria em segurança com o destacamento de milhares de polícias adicionais para as ruas da cidade.
Para complicar mais as coisas muitos padres católicos não gostaram de ver o evento com patrocinadores de alto perfil que faz a igreja parecer mais privilegiada. O site oficial do evento está recheado de apoios como o Banco Santander, a Telefonica e a Coca Cola.
Mas as críticas não são apenas económicas, também são esperados protestos por questões mais ideológicas.
A Igreja Católica em Espanha teve uma estreita relação com o general Francisco Franco durante a ditadura de 36 anos e não melhorou a sua imagem ao entrar em conflito directo com o governo socialista sobre questões sociais como os direitos LGBT e o aborto.
Em particular a lei de igualdade no casamento, incluindo adopção é algo que o Vaticano se tem mostrado intransigente. E os gays e lésbicas espanhóis retribuem na mesma moeda: quando o Papa foi a Barcelona, em novembro do ano passado, para consagrar a catedral da Sagrada Família foi recebido com centenas de protestantes que organizaram um beijaço gay à sua chegada.
Bento 16 deverá chegar a Madrid dentro de cerca de 23 horas.