Mas este estudo, intitulado CATCH-Análise Combinada da Transmissão de Resistência no tempo de Pacientes com Infecções Crónicas e Graves de HIV na Europa, vem definir qual a verdadeira dimensão do problema. O trabalho foi ontem apresentado na conferência internacional sobre sida, que decorreu em Paris, França. A equipa coordenada por David van de Vijver, do Centro Médico da Universidade de Utrecht, na Holanda, estudou 1633 doentes infectados com o vírus da sida em 17 países europeus, incluindo Portugal. O objectivo era apurar qual a verdadeira dimensão da resistência aos medicamentos disponíveis no combate à doença: "A conclusão do nosso estudo foi que dez por cento dos pacientes, incluindo os mais recentemente infectados, têm estirpes resistentes do vírus e que pelo menos um dos medicamentos usados já não é eficaz", disse van de Vijver, em declarações à Reuters. A equipa, da qual fez parte o investigador português Ricardo Camacho, do Laboratório do Virologia do Hospital de Egas Moniz, verificou ainda que 1,7 dos pacientes observados eram resistentes a mais do que um medicamento. Para os especialistas, a falta de respeito pelos regimes terapêuticos é uma das principais causas das resistências: "Os medicamentos têm de começar a ser administrados de uma forma séria, o que só depende dos doentes. Apesar do acompanhamento médico ser muito importante, o cuidado com o regime terapêutico só depende deles", defende Moniz Pereira. [...]
Pode também ter interesse em: