Pasha Zalutski, nascido há 34 na Bielorrússia, está a competir no Otkrit Mikrofon (Microfone ligado) - um concurso de stand up comedy. O programa é difundido todas as sexta-feiras à noite no horário nobre em toda a Europa Oriental, incluindo Rússia, Letónia, Lituânia e Ucrânia. Tem uma audiência de mais de 100 milhões de espetadores.
Na sua apresentação durante a ronda de seleção, Pasha afirmou:
Todas as pessoas tem de se apoiar a si próprias em público, especialmente quando são gay - como eu
O rosto de um dos juízes disse tudo: choque absoluto, um gemido de apreço e aplausos. Yulia Akhmedova, uma das mais proeminentes comediantes da Rússia, descreveu a performance como "não só muito engraçada, mas também muito corajosa".
Pasha passou para a segunda ronda de 32 comediantes, o processo de eliminação vai continuar durante os próximos meses até à final com apenas oito participantes.
Em declarações à Gay Star News, Shasha refere que "O apoio foi inacreditável" e explica que a sua atuação, que foi gravada previamente, teve de ser autorizada pela gestão do programa e compreende que a organização está a correr "um risco enorme".
Pasha viveu nos Estados Unidos durante 11 anos em vários estados e estava habituado à abertura sobre a sua sexualidade.
Eu vivia de uma forma completamente livre. Nos últimos anos passei mais tempo na Bielorrússia, e tive que re-ajustar o meu hábito de viver livremente. A realidade na Bielorrúsia não é muito compatível com pessoas abertamente gays
E explica como teve de descobrir uma maneira de apresentar abertamente a sua identidade gay. E a solução que encontrou foi usar o palco e a stand up comedy. Começou em bares locais e 18 meses depois está na televisão nacional
Mas confessa que estava "aterrorizado"... todas as pessoas com quem conviveu na sua infância iam saber e podia ser alvo de insultos e ameaças. Mas na realidade recebeu muito apoio.
Embora exista uma lei contra "propaganda gay" dirigida a crianças na Rússia, o programa de televisão conseguiu o feito de falar abertamente sobre homossexualidade ao classificar o programa como para maiores de 16 anos.
Mas ainda há um longo caminho a percorrer na Rússia: este testemunho de abertura acontece na mesma altura em que são apresentados relatos de campos de concentração para gays na Chechénia, e diversas situações de opressão contra LGBTs no resto da Federação.