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Domingo, 16 Novembro 2014 08:41

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Estudo prova que homens trans podem engravidar apesar da testosterona



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O estudo pioneiro foi publicado no Obstetrics e Gynecology este mês, e pretendia determinar se a terapia hormonal com testosterona bloqueava a gravidez.


O estudo focou-se em 41 homens trans que ou estavam grávidos no momento do estudo ou haviam dado à luz, e foi desenvolvido pela estudante de medicina Alexis Light, depois de vários amigos trans lhe terem perguntado como era estar grávidx e se poderiam conceber depois de usarem testosterona.

Como não conseguiu encontrar uma resposta na literatura médica, Light juntou-se à Dr. Jennifer Kerns, professora assistente de obstetrícia, ginecologia e ciências reprodutivas da Universidade da Califórnia, para desenvolverem um estudo nesse sentido.

De acordo com os dados, em termos qualitativos os resultados foram os esperados: os homens grávidos enfrentaram discriminação e descrença. Também ficou provado que a testosterona não impedia a conceção, visto que 25 dos participantes tinham feito tratamentos com testosterona.

No que diz respeito às interações sociais, os participantes reportaram ter ouvido inúmeros comentários insensíveis, tanto em público como em consultórios médicos. Isto incluía olhares desconfortáveis, suspeição, hostilidade, tratamento pelo género errado, recusa de cuidados pré-natais que chegaram a ser reportados aos Serviços Sociais.

Segundo Kerns, este tipo de experiências deu lugar, em muitos dos casos, ao afastamento dos cuidados de saúde, e um possível aumento da incidência da depressão durante e depois da gravidez.

Muitos dos participantes salientarem também que a gravidez levou ao ressurgimento das questões relacionadas com a identidade de género, devido ao desconforto e ao stress causado pela diferença ente o género físico e o psicológico.

No entanto, os investigadores também descobriram que a gravidez também pode atenuar a disforia do homem trans, dependendo do individuo. Alguns dos participantes disseram que engravidar permitiu-lhes sentirem-se bem e confortáveis no próprio corpo, e sentirem que o seu corpo permite-lhes fazer algo que outros corpos masculinos não podem fazer.

Um participante de 29 anos afirmou “A gravidez e o parto foram experiências muito masculinas para mim. Quando dei à luz as minhas crianças, nasci como pai.”

As investigadoras esperam que o seu estudo dê algumas luzes aos profissionais sobre como tratar os seus pacientes grávidos. No entanto, não se cansam de enfatizar que por causa da dimensão reduzida da sua amostra, os seus resultados não são definitivos e deveriam ser replicados por outros investigadores.

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