Este ano a parada não teve nenhum carro de estabelecimentos GLS da cidade que se recusaram a pagar os 10'000 reais (cerca de 3700 euros) de inscrição na mesma. Para a organização o valor pedido é irrisório tendo em conta o impacto e visibilidade da marcha.
Mas certos males vêem por bem, e a ausência de bares e discotecas só veio reforçar o carácter reivindicativo da parada com 20 trios eléctricos com grande foco na união civil e no fim da discriminação sob o tema "Sem Homofobia, Mais Cidadania - Pela Isonomia dos Direitos".
Segundo a organização cerca de 400 mil turistas deslocaram-se expressamente à cidade para o evento, sendo assim o segundo maior acontecimento turístico de São Paulo, só ultrapassado pela Fórmula 1. Além dos turistas cerca de 3 milhões dos mais de 20 milhões de habitantes da região metropolitana devem ter participado no evento... os números mais concretos só serão conhecidos ao longo desta semana depois de análise das fotos aéreas do dia.
Mais de 1200 polícias foram escalados para controlarem a multidão mas com um volume tão grande de pessoas é impossível não evitar pequenos incidentes como roubos de carteiras e uma agressão por skaters. Dois hospitais de campanha foram montados já a prever estes incidentes assim como problemas de saúde naturais numa tarde a dançar sobre calor intenso.
A festa foi manchada por um atentado com uma bomba artesanal que feriu mais de 20 pessoas com estilhaços de vidro na noite de domingo. A bomba foi lançada num rua com cafés e bares onde muitos dos participantes da marcha pararam para recuperar energias. Pessoas entrevistadas no local mostraram-se chocadas com a situação referindo que não foram apenas LGBTs afectados pela bomba mas sim muitas outras pessoas que ou estavam apoiando o evento ou apenas trabalhavam nos estabelecimentos.
Um dos pontos salientados pelos meios de comunicação social foi a presença de muito mais crianças do que em edições anteriores com muitas famílias heterosexuais participando na parada.
Sinal dos tempos, a Igreja da Comunidade Metropolitana realizou uma cerimónia de casamento de três casais gays e um casal lésbico na véspera da parada tal como tinha feito no ano anterior. Os casais realizaram posteriormente registo da união civil no cartório.
Além da Parada o programa da Semana do Orgulho LGBT de São Paulo incluiu iniciativas como debates e mesas redondas sobre o contexto social, profissional e familiar de lésbicas, gays, bis e trans, bem como eventos políticos, culturais e diversas festas.