Pesquisa:
rainbow
Buy at Amazon
 

Sexta-feira, 15 Abril 2005 00:59

SANTA SÉ
Excluídos querem fazer parte da Igreja do futuro



PortugalGay.pt

Homossexuais, divorciados que voltaram a casar, teólogos progressistas, todos os católicos marginalizados durante o pontificado de João Paulo II, esperam que "um dia" a Igreja mude e lhes abra as suas portas. Duvidam, no entanto, que o sucessor de Karol Wojtyla se pronuncie a favor do celibato facultativo dos padres e da ordenação das mulheres, receba de braços abertos os homossexuais e opte pelo apoio prioritário aos pobres. "A Igreja precisa de se reformar profundamente se quer responder aos desafios do século XXI", considera o movimento "Nós somos Igreja". Nascido na Áustria durante o pontificado de João Paulo II, o movimento existe hoje em toda a Europa ocidental e na América, com muito sucesso. Para a hierarquia da Igreja, este movimento, pelas suas tomadas de posição, afastou-se do "mestrado católico". "Não penso que o Vaticano se possa renovar. Não creio que o próximo Sumo Pontífice se vá ocupar de destes dossiers, mas um dia um Papa irá admitir que o celibato dos padres não é um dogma de fé", considera Miguel Aguirre, um antigo padre espanhol que abandonou o sacerdócio para se casar pelo civil em 2004. Depois disso, Miguel Aguirre não pôde receber a comunhão, como as centenas de milhares de divorciados que voltaram a casar. "Nas altas instâncias da Igreja podemos encontrar brilhantes cabeças pensantes, mas também uma terrível falta de humanidade", sublinha o antigo padre. Segundo Miguel Aguirre, a Igreja católica prefere viver "na hipocrisia", encobrir o comportamento de alguns dos seus membros que estão implicados nos conhecidos escândalos de pedofilia, e banir todos os que "decidem ser honestos e coerentes consigo".


a "dupla moral" da igreja. Muitas associações que são membros da rede "Nós somos Igreja" destacam o facto de, em muitos países, os padres viverem maritalmente durante o sacerdócio. A "dupla moral" da Igreja é também criticada com alguma amargura por Rafael Abat, responsável do Lambda, um movimento cristão de homossexuais. "Os padres homossexuais pregam uma coisa e levam uma vida completamente diferente. Isso cria situações extremas", assegura Rafael Abat, que recorda que o celibato facultativo falhou a aprovação durante o pontificado de Paulo VI (1963-1978), antes de se transformar num tabu com o Papa João Paulo II. Teólogos "rebeldes". Durante o último quarto de século, os teólogos "rebeldes" como o brasileiro Leonardo Boff ou o espanhol José Tamayo, sofreram com o rigor dogmático do Vaticano, ilustrado pela imagem de Karol Wojtyla admoestando publicamente Ernesto Cardenal - um dos três religiosos membros do governo marxista do Nicarágua no início dos anos 80. "Lamento verdadeiramente a luta do Papa João Paulo II contra os teólogos da libertação, porque eles escolheram o caminho mais difícil marchar com os pobres", disse recentemente Leonardo Boff, próximo desta teologia que se apoiava no marxismo e era inspirada pelo padre peruano Gustavo Gutierrez nos anos 70, antes de se desenvolver em toda a América latina. Leonardo Boff abandonou a sua actividade sacerdotal em 1992, depois de muitos conflitos doutrinais com a Congregação pela doutrina da fé do Vaticano, dirigida pelo cardeal alemão Joseph Ratzinger. Em 2001, Juan Luis Cipriani, arcebispo de Lima e mebro da Opus Dei (uma poderosa e opaca organização católica conservadora), foi ordenado cardeal por João Paulo II. Este foi um gesto interpretado como um símbolo da luta contra as correntes socialistas na América latina.

Pode também ter interesse em:

 
On-Line
Arquivo Notícias (2005)
Buy at Amazon
© 1996-2024 PortugalGay®.pt - Todos os direitos reservados
A Sua Opinião
Tem alguma sugestão ou comentário a esta página?


Nota: reservamos-nos o direito de selecionar e/ou ajustar as perguntas publicadas.

Não é um robot

Por favor marque as caixas UM e SEIS.
Depois clique em OK.

FacebookX/TwitterInstagram
© 1996-2024 PortugalGay®.pt - Todos os direitos reservados
Portugal Gay | Portugal LGBT Pride | Portugal LGBT Guide | Mr Gay Portugal