O estudo foi feito tendo em conta os dados recolhidos por organizações em 12 cidades dos EUA com áreas metropolitanas que totalizam 68 milhões de pessoas e serve de indicador das diversas formas de violência no país que tem quase 330 milhões de habitantes.
Estes números não incluem as 49 pessoas mortas no massacre do clubes gay de Orlando, que a comunidade internacional e local marcaram ontem, um ano depois da tragédia.
As pessoas LGBT de pessoas cor e pessoas trans constituíram a grande maioria dos 28 homicídios registados de crime de ódio contra pessoas LGBT. Este número aumentou 17 por cento, comparado com os 24 casos registados em 2015. Foi também o maior número de pessoas LGBT assassinadas em 20 anos, desde que o NCAVP tem publicando relatórios anuais.
Dos mortos, 79 por cento eram "não brancos" e 68 por cento eram trans.
Registos de violência
O relatório recebeu mais de 1000 relatos de violência baseada no ódio em 2016. Ao contrário dos assassinatos, cerca de metade dos alvos são homens cisgéneros, que auto-identificaram-se como gays, e em termos de origem étnica cerca de metade das vítimas identificou-se como Latinos ou Negro. De notar que uma em cada cinco vítimas eram mulheres trans. Cerca de um terço destes relatos resultaram em mazelas físicas na vítima.
O papel da polícia
Quatro em cada dez casos foi reportado às autoridades quer pelas vítimas, quer por terceiros e a polícia não fica bem na fotografia: apenas 33% dos casos foram recebidos com cortesia, e nuns impressionantes 31% dos casos as vítimas sentiram hostilidade por parte das autoridades.
E o futuro?
Mas os números podem aumentar ainda mais sob a presidência de Donald Trump, como explica Beverly Tillery, porta-voz do Projeto Anti-Violência da Cidade de Nova York à PinkNews
As ordens executivas recentes, bem como os esforços em curso para aprovar a legislação anti-LGBTQ e reverter as proteções aos níveis municipais, estadual e federal tornam as pessoas LGBTQ vulneráveis à discriminação baseada na identidade no nosso dia-a-dia
E explica que a mensagem que está a ser passada pela admnistração é que a discriminação e a violência contra as pessoas LGBTQ são coisas aceitáveis.
A enorme tragédia no Pulse Nightclub, em conjunto com a violência diária e a discriminação que permeia nossas vidas como pessoas LGBTQ e um clima político incendiário, criaram uma tempestade perfeita de medo traumática para as nossas comunidades este ano. Melissa Brown do Projeto Anti-Violência de Kansas City
Melissa Brown reforçou a importância de trabalhar para desmantelar os preconceitos, como a transfobia, a bifobia, a homofobia e o racismo, que sustentam toda essa violência.
No início deste ano, Trump revogou as orientações introduzidas pela administração Obama, que protegiam os estudantes transgéneros nas escolas públicas. Este mês o presidente terminou a tradição de Barack Obama de oito anos de celebração do "LGBT Pride Month" na Casa Branca durante junho.