O início da noite
A primeira situação foi logo na Praça do Rossio por volta das 23:00 mesmo em frente ao McDonalds onde um homem surgido do nada começa a os empurrar e a gritar nomes como "gay" e "viado" entre ameaças de agressão física. O homem, entretanto foi à sua vidinha, e o grupo tentou esquecer aquilo e foram para a noite.
O regresso a casa
Mas por volta das 5:00 da manhã, já a caminho de casa na Avenida da Liberdade depararam-se com uma situação ainda pior.
Novamente sem razão nenhuma aparente, um homem escolheu novamente o grupo para descarregar a sua homofobia dizendo que "eram maricas" e que "tinha nojo!" deles. E disse também que tinha uma "arma nas calças". Isto sempre com uma atitude agressiva. No meio vira-se para um dos maiores do grupo, que apesar do seu tamanho estava a recuperar de um pequena cirurgia e sem capacidade para chegar a vias de facto, e diz algo como "um homem grande desses e não reage, não faz nada! Como você anda com uns bostas que nem seus amigos!".
A resposta das autoridades
Quando finalmente conseguiram entrar no carro e sair dalí ainda tentaram contactar as autoridades ligando para o 112. A resposta foi, basicamente, que como tinham abandonado o local a polícia não podia fazer nada. Quando confrontaram quem estava do outro lado com a possibilidade de o agressor encontrar outros alvos receberam a informação de que essas pessoas teriam de ligar o 112 e chamar a polícia pois não têm meios suficientes.
O grupo ficou transtornado com todos os acontecimentos e, por cima, com esta resposta, depois de verificarem que mesmo nestas zonas mais movimentadas a presença das forças policiais era nula.
Registo de situações de homofobia e transfobia
A ILGA Portugal tem um serviço específico para registo deste tipo de situações no seu Observatório da Discriminação que resulta num relatório anual editado desde 2013 e em ações específicas tendo em conta esses dados. Dos dados de 2017 metade das vítimas tinha entre 18 e 34 anos, mas um número significativo tinha menos de 18 anos. A maioria identificou-se como gay ou lésbica. E cerca de dois terços como cisgéneros. E se bem que um número muito significativo de casos tenha ocorrido online (20%), Lisboa e Porto lideram os casos reportados com 23% e 19% das respostas respetivamente.