Em comunicado, a Abraço critica a recusa do director do Instituto Português do Sangue (IPS), José d'Almeida Gonçalves, em fornecer os dados nacionais que englobem, não apenas os centros regionais do IPS, mas também todos os serviços de sangue localizados nos hospitais. Para a Abraço, esta recusa do director do IPS "é reveladora da política generalizada de manipulação e de secretismo de que se revestem os assuntos relacionados com a infecção" pelo HIV/sida em Portugal. O comunicado da Abraço surge na sequência de uma entrevista concedida no sábado ao PÚBLICO pelo director do IPS, em que este revela apenas dados parciais do Centro Regional de Sangue de Lisboa: aí o Laboratório de Doenças Transmissíveis aprovou como dádivas não contaminadas 96,4 das unidades de sangue colhidas (51.797); nos restantes cerca de três por cento os dadores foram suspensos definitivamente ou as análises não foram conclusivas. A Abraço afirma ainda haver "duas classes de sangue em Portugal", porque é usado um critério de avaliação das dádivas de sangue feitas pelo IPS e outro pelas hospitais, onde se efectuam mais de 50 por cento das colheitas a nível nacional. É urgente "a uniformização dos critérios de avaliação das dádivas de sangue", defendem. Em relação à possível discriminação de dadores homossexuas, referindo-se "uma reclamação recebida há cerca de dois meses por parte de um cidadão homossexual que tinha sido liminarmente excluído", a associação exige saber "inequivocamente quais são os critérios de selecção dos dadores em Portugal e em que é que se baseiam".
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