"Ele fechou a porta do apartamento, fazia ameaça, cortou meu braço duas vezes com a faca e atingiu minha mão. Houve um momento em que ele escorregou, caiu, eu tomei a faca e o matei", contou o acusado durante depoimento. Para a polícia, que descarta qualquer conotação política no crime, a versão de Figueiredo é contraditória. Embora no apartamento haja vestígios de sangue pelos cômodos, não há sinais de luta corporal. A suspeita é de que o criminoso teria espalhado sangue pelo apartamento para simular briga.
Segundo o acusado, ele estava em um shopping de Belém quando conheceu Hermann. O padre o teria convidado para almoçar no apartamento dele, localizado no bairro do Umarizal. Figueiredo aceitou. Ao final da refeição, continua o criminoso, disse que iria embora, mas o padre não teria permitido, passando a assediá-lo. A polícia informou que o acusado possui antecedentes criminais e pode estar envolvido a morte de um sargento da Polícia Militar, no ano passado, além de assalto a uma farmácia.
O arcebispo de Belém, dom João Orani Tempesta, disse em entrevista que o padre tinha licença da Igreja Católica para realizar missas e atuava como conselheiro espiritual de casais na cidade. Perguntado sobre o suposto envolvimento homossexual da vítima com o criminoso, Tempesta explicou que a questão existe em várias esferas da sociedade, embora não pudesse "prejulgar" a condição de Hermann.
A família do padre na Alemanha não havia decidido até o final da tarde se ele seria enterrado em seu país, em Belém, ou cremado. O corpo foi velado na Igreja dos Capuchinhos, no bairro de São Braz.