segunda-feira, 10/1, o Papa João Paulo II, 84, sinalizou que deverá
priorizar o lobby contra a união entre pessoas do mesmo sexo e pediu para
que os políticos de nações ricas cuidem dos milhões de famintos em todo o
mundo.
Em discurso nesta segunda-feira no Vaticano, o pontífice destacou as
prioridades da Igreja Católica para 2005, deixando claro que usará suas
energias para lutar contra o que ele chama de "desafios da vida" - aborto,
clonagem, casamento gay, entre outras questões. O Papa também lamentou os
desatres ocorridos em 2004, como o tsunami na Ásia e as pragas no nordeste
da África, assim como o "terrorismo bárbaro que causou o derramamento de
sangue no Iraque e em outros países", e o sofrimento em Darfur, no Sudão.
Enquanto o Papa fazia seu discurso anual a embaixadores, o cardeal italiano
que ele enviou à Casa Branca em março de 2003 e que tentou impedir a invasão
do Iraque disse a telespectadores na Itália que o presidente George W. Bush
prometeu a ele que a intervenção americana no país será resolvida em breve.
"Infelizmente, os fatos demonstraram que as coisas tomaram outro rumo - não
tão rápido e não tão favorável" no Iraque, disse o cardeal. "Bush estava
errado" sobre o Iraque, acrescentou. O Papa, que é contra a "guerra
preventiva" dos EUA no Iraque, disse em seu discurso que "a arrogância do
poder deve ser tratada juntamente com a razão, a força com o diálogo, as
armas apontadas com as mãos dadas, o mal com o bem". Em referência a leis
que permitem o casamento gay ou estabelecem direitos iguais a casais do
mesmo sexo, o pontífice disse que em alguns países a "estrutura natural" da
família está sendo desafiada. As famílias "devem ser necessariamente a
união entre um homem e uma mulher", disse. O Papa também reafirmou a posição
do Vaticano contra o aborto e a clonagem.