O primeiro-ministro David Cameron anunciou que pretende legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e tal anúncio não só lhe tem custado a perda de popularidade dentro do seu partido, como junto do povo britânico.
Em Julho, Cameron, manifestou seu orgulho pela evolução positiva do país no que respeita aos direitos das pessoas LGBT, e continuou mostrando-se ele mesmo empenhado em continuar essa evolução. Um dos passos seria a alteração da lei do casamento para torna-la acessível aos casais do mesmo sexo.
Os comentários de Cameron desencadearam um conjunto de manifestações, algo iradas, por parte de muitos líderes religiosos, onde se inclui a Igreja da Inglaterra, conhecida e intitulada pelo povo como o partido conservador em oração.
Uma pesquisa realizada junto das pessoas que frequentam esta igreja regularmente diz que seis em cada dez pessoas, depois do anúncio de Cameron sobre a legalização do casamento, mostraram-se menos propensas a votar no seu partido.
Outras pesquisas mostram grande inquietação no seio dos conservadores, que acham que o primeiro-ministro não tem mandato para impor esta mudança. Como resultado desta inquietação foi lançada uma petição contra a mudança da lei, tendo já atraído até ao momento mais de 600 mil assinaturas.
O movimento anti-casamento gay, tem um aliado de peso, o ex-arcebispo de Canterbury, Lord Carey, que disse que o grupo que está contra esta mudança tem sido tratado como "os judeus foram tratados pelos nazis". Carey disse ainda que "pode sentir-se a nossa pátria e identidade cultural a saque". Lord Carey, espera que o primeiro-ministro Cameron nos próximos meses tenha a "coragem de voltar atrás na sua posição".
Mas se a posição de Cameron alvoraçou as coisas no seu partido, do outro lado os lideres dos principais partidos da Grã Bretanha não se tem poupado a manifestações de apoio à alteração proposta pelo Primeiro Ministro.
O vice-primeiro-ministro Nick Clegg, e o líder do partido trabalhista, Ed Miliband, manifestaram publicamente o seu apoio a esta decisão de Cameron. Willian Hague, secretário dos negócios estrangeiros, diz a posição de Cameron não só está correta como é uma questão de consciência.
Neste momento o Reino Unido tem a figura jurídica da União Civil (Civil Partnership), específica para casais do mesmo sexo, que concede todos os direitos e deveres do Casamento excepto o nome a forma de realização da cerimónia. No entanto, não sendo um Casamento de facto, estas uniões não são reconhecidas em alguns locais como, por exemplo, em Portugal onde o Casamento entre pessoas do mesmo sexo é legal desde 2010.