Desde o Verão que o espaço funciona numa vivenda situada numa zona conhecida de Albufeira, que passa despercebida à maioria e onde, só depois de um olhar mais atento, se vê um letreiro com a inscrição «Thermas Pride - Guest House & Spa for Men».
Os quartos destinam-se a qualquer casal, mulheres incluídas, mas a utilização do Spa é exclusiva para homens, explicou o gerente, M.Poeira, que sublinha que este é o único espaço «gay» do país que alia o conceito de hotel e Spa.
Com uma média diária de 15 clientes, os «serviços» na zona da sauna são requisitados sobretudo por portugueses, na sua maioria naturais do Algarve, e só no Verão se regista maior afluência de estrangeiros.
À entrada - e a troco de oito euros, valor da entrada no SPA - é logo distribuído um kit composto por toalha, chinelos, chave para cacifo e preservativo, «acessório» que ali não falta, frisa M. Poeira, 40 anos, que gere o espaço desde Janeiro.
Filmes porno gay
Umas escadas estreitas conduzem à zona designada como «sauna», aberta a partir do meio tarde até de madrugada e onde os clientes podem desfrutar de um «jacuzzi» com ecrã de televisão, banho turco e sauna.
Mas, apesar das altas temperaturas, as zonas mais «quentes» são mesmo a sala de vídeo, onde pode assistir-se a filmes pornográficos «gay», o recanto sadomasoquista e o quarto escuro, o mais frequentado, segundo a gerência.
Na sala sadomasoquista, uma espécie de baloiço desafia a brincadeiras mais ousadas e o quarto escuro, em forma de labirinto, convida a jogos de «toca e foge» apimentados pela ausência total de luz.
Com uma actividade profissional paralela que consegue fazer coexistir no mesmo espaço, mas que prefere não revelar, M.Poeira garante que a relação com a vizinhança é tranquila, muito graças à discrição dos clientes.
«Deve haver pessoas que nem sabem que estamos aqui», observa, acrescentando que para os clientes que queiram evitar ser expostos há uma entrada mais discreta, pelas traseiras, porque «ainda há muita discriminação».
Cliente explica por que frequenta o espaço
Outra das áreas «quentes» do SPA é a chamada zona reservada, com um trinco por dentro e onde os casais ou grupos podem estar na intimidade longe dos olhares indiscretos, embora um cliente recuse a ideia de que ali «é só sexo».
Miguel tem 32 anos e conhece muitos espaços do género, nomeadamente em Espanha, mas diz que o que o atrai neste clube algarvio é o «ambiente agradável» e haver espaço para tudo, inclusive para o sexo, embora ninguém seja obrigado a fazê-lo.
Assume que muitos vão em busca de sexo e que já foi abordado com essa intenção, mas sublinha que quem não está ali com essa intenção, só lhe basta evitar meter-se na «boca do lobo», ou seja, em áreas como o quarto escuro ou a sala de vídeo.
Apesar de a entrada ser vedada a mulheres, M. Poeira diz estar disposto a abrir o SPA a grupos femininos, desde que sob reserva. Se a moda pega, qualquer dia são as mulheres a reivindicar a abertura de um espaço "só para elas".