O estudo realizado em seis meses consistiu no envio pelo Office of Human Rights (Gabinete de Direitos Humanos) de 200 cartas de apresentação como resposta a 50 vagas anunciadas por 38 empregadores. O gabinete enviou duas respostas a cada uma das vagas anunciadas, uma onde se evidenciava que o candidato ou candidata era transgênero e outra cisgénero.

O resultado foi que 48% dos empregadores preferiu um candidato percebido como sendo cisgénero com menos qualificações a um percebido como transgénero com qualificações superiores. E o preconceito é visível mesmo antes das entrevistas: um em cada três dos empregadores aceitou entrevistar um ou mais candidatos menos qualificados percecionados como cisgénero, não tendo o mesmo acontecido nem uma vez com qualquer dos candidatos percebidos como transgéneros.

Porta-voz do gabinete disse que vão ser iniciadas investigações às empresas tendo como vista aplicar “ações repressivas” tendo como base os resultados do estudo. Não nomeou, contudo, as empresas que serão alvo da investigação defendendo a confidencialidade durante o processo. Adiantou ainda que tendo em conta que não há pessoas reais vitimas de discriminação as ações resultantes da investigação serão apenas “consultivas”. Para o gabinete o resultado deste teste, que se acredita ser o primeiro do género, é a evidência de que as pessoas transgéneras experimentam altas taxas de discriminação no trabalho.

"É vital que o governo, a comunidade empresarial e os ativistas trabalhem em conjunto para acabar com esta injustiça crónica que afeta os transgéneros em todo o país", disse Elliot Imse representante do gabinete que elaborou o estudo.

As categorias dos empregadores testados no estudo foram universidades, supermercados, hotéis, retalhistas, restaurantes e postos de trabalho "administrativos" que constam num popular site de emprego on-line.