Criada ainda em 2002 durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a resolução era ferrenhamente criticada pelos países islâmicos e pelo Vaticano. Em 2003, esses países apresentaram uma moção de não ação na ONU, ou seja, a intenção era decidir se o assunto era relevante ou não. A moção, no entanto, não foi aprovada.Em 2004, o Brasil retirou a proposta da agenda da ONU e este ano não colocará o tema para debate na 61ª sessão da Comissão de Direitos Humanos, que acontece ainda este mês em Genebra, na Suíça. O Itamaraty justificou a decisão dizendo que não quer prejudicar a reunião de cúpula organizada pelo presidente Lula que tem por objetivo formalizar a coesão entre a América do Sul e o Mundo Árabe, em Brasília, no próximo mês de maio. Segundo diplomatas brasileiros, não haveria espaço para se negociar uma saída que possibilitasse uma vitória do projeto em uma nova votação na ONU.A resolução brasileira pedia que os governos tomassem medidas que impedissem que um cidadão, por sua orientação sexual, fosse discriminado ou sofresse violações de seus direitos humanos. Na próxima reunião da Comissão de Direitos Humanos, Alemanha, Canadá, Argentina, México e Chile apresentarão uma nova resolução, que inclui a Orientação Sexual e a Identidade de Gênero. Os ativistas brasileiros esperam que o país vote a favor da nova resolução. O que precisamos agora é que se essa nova opção se concretize, que o Brasil vote favorável. Que não vote contrário, nem se abstenha. Essa é nossa missão agora. O voto favorável do Brasil é muito importante, diz o ativista Beto de Jesus.
Pode também ter interesse em: