No final dos anos 1970 e 80, quando Tracey Norman apareceu pela primeira vez capa da Born Beautiful, ninguém sabia que a modelo era uma mulher trans. Ela fez sucesso como o rosto da Clairol e tornou-se a segunda mulher negra a figurar na capa da revista Vogue.
Apesar de seu sucesso, ela estava com medo que seu segredo fosse revelado.
Na minha cidade natal, Newark, NJ, havia muita negatividade para com as pessoas trans Tracey Norman
Na realidade a aplicação da legislação da altura poderia levar à prisão uma pessoa trans que fosse identificada em público. Infelizmente, o seus maiores temores concretizaram-se quando Norman foi apontada como sendo uma pessoa trans durante uma sessão fotográfica. Esta revelação atirou Norman para as prateleiras da moda durante décadas. Depois dessa longa ausência, a Clairol, conhecida marca (propriedade da Procter & Gamble) de coloração de cabelo nos EUA, escolheu Norman e colocou-a no centro das atenções.
No mês passado, a marca apresentou Norman, de 63 anos, como o rosto da sua nova campanha intitulada, "Cor tão real como você é". Num vídeo para a campanha, Norman afirma: "Nos anos 70 o mundo era bem diferente para mulheres trans” e que teve de esconder quem era, concluindo que é bom estar de volta e ser ela própria.
Fiquei chocada quando me chamaram. Fiquei extasiada, mesmo sabendo da minha história chamaram-me para trabalhar com eles Tracey Norman
Norman explicou à revista PopSugar que hoje em dia as coisas estão bem mais fáceis para a comunidade trans: "As portas estão a abrir-se, e é para mim mais fácil falar de mim, ser aceite pela a minha capacidade, as minhas realizações e não mais ser ridicularizada como o fizeram no passado." Segundo a publicação Laverne Cox e Janet Mock apontavam Norman como um modelo a seguir.