O actual regime jurídico da adopção tem pouco mais de dois anos, foi concebido com a promessa de acelarar os processos e diminuir o número de crianças que estão sem família e vivem em instituições de acolhimento. Mas os resultados ficaram aquém do esperado. Dados do Instituto de Segurança Social de Junho de 2005 apontavam para a existência de pelo menos 15.500 menores em instituições. E revelavam que ainda havia candidatos a pais, que tinham iniciado o seu processo em 2002, sem terem sido avaliados.
Luis Villas-Boas, presidente da comissão que entre Novembro de 2003 e Julho de 2005 esteve incumbida da missão de acompanhar a concretização das novas regras, é um dos especialistas que entendem que parte do que a lei preoconizava continua hoje por aplicar. Por exemplo, a base de dados nacional (com informação sobre os candidatos a pais e as crianças em situação de serem adoptadas) só em Outubro foi aprovada. Ontem, disse congratular-se "com tudo o que seja para bem da adopção".