A repressão homofóbica começou no Egito no mês passado depois que bandeiras arco-íris terem sido apresentadas publicamente num concerto da banda libanesa Mashrou Leila, cujo cantor principal é abertamente gay.
Desde o concerto, as autoridades egípcias iniciaram uma "purga" voltada para a comunidade gay do país, invadindo casas e prendendo mais de 60 pessoas até o momento, de acordo com relatos.
Agora as autoridades aumentaram a repressão ainda mais proibindo a imprensa de relatar a situação: o Supremo Conselho de Regulação dos Meios de Comunicação do Egito emitiu uma declaração que "proíbe a apresentação de homossexuais ou suas mensagens", apresentado a homossexualidade como uma "doença". Gays só podem ser apresentados quando "reconhecem o fato de que sua conduta é inadequada e se arrependem por isso".
A decisão é justificada porque "a homossexualidade é uma doença e desgraça que seria melhor escondida da vista e não promovida para divulgação até que seja tratada e sua desgraça seja removida."
O presidente do conselho classificou a homossexualidade como um "mal extremamente perigoso" e explica que "devemos reforçar a noção de que um marido e uma mulher formam a base da família - sobre o qual não há ambiguidade no seu significado, estrutura ou definição correta"
Sarah Leah Whitson, Diretora do Oriente Médio e África do Norte da Human Rights Watch, considerou a situação uma "agressão viciosa"
O Egito deve suspender imediatamente essa agressão viciosa a um grupo vulnerável acusado de ter desfraldado uma bandeira. A repressão não transformará os homossexuais em heterossexuais, apenas irá perpetuar o medo e o abuso.
Não existe uma possível razão objetiva ou científica para colocar pessoas na prisão simplesmente por causa da sua sexualidade.
Dadas as prisões em massa e o clima de medo, a imprensa verdadeiramente objetiva sobre esta questão e dar voz a pessoas LGBT é mais importante do que nunca.
A homossexualidade não é proibida diretamente pela lei no país. No entanto, as autoridades são capazes de garantir condenações sob leis amplas que criminalizam a "imoralidade" e a "devassidão", que também são usadas para atingir as trabalhadoras do sexo. Sarah Leah Whitson, HRC