A Igreja, recorde-se, realizou no domingo uma manifestação com milhares de pessoas em Madrid, durante a qual vários bispos atacaram Zapatero, acusando-o de pôr em causa a família tradicional e a transmissão da vida, devido à defesa do aborto e dos casamentos homossexuais.
O PSOE considerou que a Igreja se afastou dos fundamentos essenciais da democracia, pois só a sociedade tem poder para ordenar os princípios da liberdade individual. O N.º2 do Partido, José Blanco, considerou ainda: Se os bispos querem fazer política estão no seu direito, mas têm de se apresentar nas urnas. Em defesa do governo de Zapatero, o partido enumerou os novos direitos que as novas leis vieram defender, como a igualdade efectiva entre homens e mulheres, e o direito de todas as pessoas contraírem matrimónio, sem discriminação. Para Manuel Chaves, presidente do partido, os valores defendidos pelos bispos são arcaicos, integristas e ultraconservadores.
Esta polémica surge numa altura em que se verifica uma perda de popularidade do primeiro-ministro que pode comprometer a vitória socialista nas legislativas de 9 de Março. Dois estudos de opinião dão ao PSOE cerca de 42% das tendências de voto, contra cerca de 40% do Partido Popular (PP), maior partido da oposição.
(F. J. Gonçalves com agências)