Mais de 300 mil preservativos falsificados estão à venda nas farmácias, hipermercados ou outros estabelecimentos comerciais no nosso país. Um perigo, pela probabilidade de contágios de doenças sexualmente transmissíveis e pela ocorrência de gravidezes não desejadas.
O alerta parte do Infarmed, que adverte os portugueses para não usarem preservativos das marcas Durex Extra Safe e Durex Fetherlite, em embalagens de 12 unidades. Foram contrafeitos e podem estar à venda num dos locais habituais, que são as farmácias ou estabelecimentos comerciais, referiu ao CM o assessor de Imprensa do Infarmed, Carlos Pires.
O organismo foi informado da produção de preservativos falsos pelas autoridades irlandesas, que descobriram no seu país lotes contrafeitos à venda. Dado que existe livre circulação de dispositivos médicos na comunidade europeia, os referidos preservativos poderão ter sido importados por via paralela e encontrarem-se ilegalmente colocados no nosso mercado, diz Carlos Pires. E sublinha não terem sido os importadores da marca a distribuírem-nos em Portugal. A produção de um lote de preservativo nunca é menos de 150 mil unidades, pelo que dois lotes podem significar 300 mil unidades.
Contactado pelo CM, Luís Paixão Martins, da Associação Nacional de Farmácias (ANF) não desmentiu a venda dos preservativos falsificados e afirmou que compete ao Infarmed pronunciar-se sobre o assunto e tomar as medidas necessárias. Os produtos vendidos pelas farmácias são adquiridos a armazéns grossistas, que os compram a empresas importadoras. Terá sido este o caso com esses lotes de preservativos.
Meliço Silvestre, da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida, está preocupado e alerta para o risco de transmissão do VIH.
Até ao fecho da edição não foi possível obter uma reacção do fabricante da marca, SSL International, nem do seu distribuidor em Portugal.
Os lotes dos preservativos Durex Extra Safe com validade 2007/11 ou Durex Fetherlite com validade 2008/02 não devem ser utilizados nem vendidos.
A contrafacção de preservativos significa para Maria José Campos, da Abraço, um alerta para as autoridades competentes, que devem tomar medidas para evitar risco de saúde pública. Essas medidas devem passar, defende, pela distribuição gratuita e generalizada das camisinhas. Só é contrafeito o produto que tem um preço elevado e não é de fácil acesso à bolsa de cada um, sublinha aquela responsável.