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Foi este fim-de-semana, sábado 27, que se realizou junto á Torre de Belém a 13ª edição do Arraial Pride, uma celebração à vida e à não discriminação com base na orientação sexual e identidade de género, e também uma comemoração do 28 de Junho de 1969. O Arraial Pride já teve vários pousos com início no Príncipe Real em 1997, passou depois pela Praça do Município; Praça da Figueira, Parque do Calhau; Praça do Comércio (ou Terreiro do Paço), e este ano, a Torre de Belém, que é uma repetição, uma vez que já havia por lá passado em 2001. 13º é também o artigo da Constituição Portuguesa que diz que nenhum ser humano pode ser discriminado sobe qualquer pretexto, e onde a orientação sexual é uma das razões enunciadas. Esta coincidência numérica foi realçada pelo actual Presidente da Ilga Portugal, Paulo Corte Real, durante o seu discurso algo emocionado, talvez pelos aspectos positivos mas, que esquecia os outros menos positivos. Também presente pela primeira vez, o Presidente de Câmara de Lisboa, António Costa a saudar todos os participantes deste evento que é também apoiado pela CML.
Assim o lado positivo:
Este ano o arraial pode contar com um espaço dedicado às crianças: o "Arraialito". Uma vez que os GLBT não são pessoas inférteis e muito menos vazias de amor, e por isso tem crianças biológicas e adoptadas que precisam ter o seu espaço enquanto os pais dão uma perninha pelas mais de uma dezena de tendas de comes e bebes. O espaço estava, obviamente, aberto a todos os pais e crianças quer GLBT quer não. Para animar a tarde houve ainda os "Queer Games", que era composto por actividades físicas peculiares como corrida em salto altos, lançamento da pochete e corrida obstáculos em saia travada. Parabéns pois tratou-se de uma actividade divertida e muito bem coordenada pela elegantíssima Jenny Larrue. Parabéns ainda aos voluntários, que estiveram sempre atentos ás necessidades dos convivas.
Os aspectos menos positivos:
Uma ausência notada de associações GLBT no recinto da "pista", com a excepção da Associação Rede ex aequo. Para além desta associação estiveram presentes num espaço denominado "Espaço Associativo" as associações Não Te Prives; GAT e Amnistia Internacional, ou seja para um evento que reivindica a não discriminação, as associações parecem ter tratamentos discriminatórios, e/ou diferenciados. Também a lamentar (a nosso ver e de alguns transeuntes com quem tivemos oportunidade de conversar), o tipo de músicas apresentada ao vivo, cujas letras feriram ou cansaram algumas pessoas mais susceptíveis, bem como o demasiado longo espectáculo de transformismo. Outro ponto a lamentar foi o numero de WC que foi claramente reduzido, sites experientes em logística de eventos aconselham um WC por cada 300 pessoas, foi por isso um dia de sorte para a vegetação circundante pois muitos foram os homens e mulheres que tiveram de urinar entre arbustos e carros, ou junto destes, ou rodeados por amigos a servirem de protecção visual do acto que se tem como íntimo.
No entanto a organização está de parabéns pelos pontos de inovação e por isso positivos, mas há claramente trabalho ainda a fazer em outros aspectos que correram menos bem.
As cerca de 4000 pessoas que ocorreram ao recinto foram ainda ensombradas por um chuvisco por volta da meia-noite, que as remeteu para o interior de algumas tendas por breves instantes privando a maioria de assistir ao espectáculo, e de dançar, com a excepção de alguns resistentes a quem a chuva foi mais um pretexto de animação.
O evento previa terminar manhã dentro, mas terminou mais cedo uma vez que o "São Pedro" não esteve com meias medidas e por volta das 03:30 da manhã lançou sobre Lisboa, e sobe o espaço do evento uma chuvada diluviana que levou a que desta vez o convivas que ao invés de se abrigarem, abandonassem o recinto.
O Arraial Pride volta para o ano, acreditando que seja por volta do dia 26 de Junho, esperamos por isso um grande evento onde os aspectos positivos de mantenham, e os menos positivos estejam corrigidos.
NOTA PG: Próximos eventos Pride, é já no dia 11 de Julho, na cidade do Porto, a 4ª Marcha do Orgulho no Porto, com início na Praça da República pelas 15 horas e a 9ª edição do Porto Pride, que se realiza uma vez mais no espaço coberto do Teatro de Sá da Bandeira, pois não vá o São Pedro fazer das suas. Mais informações sobre eventos pride em Portugal disponível em: www.portugalpride.org.
À tardinha
Queer Games
À noitinha
Chuva (Nada Simpática!)
Boas vindas com Paulo Corte-Real e Sara Martinho (ILGA Portugal)
Show com Deborah Kristall e Companhia + La Terremoto de Alcorcon