Na tarde de 25 de Abril de 2005, milhares de pessoas marcharam do Marquês de Pombal até ao Rossio, em Lisboa, celebrando o 31º aniversário do 25 de Abril. A manifestação foi encabeçada pelos candidatos do PS e do PCP à Câmara da capital, Manuel Maria Carrilho e Ruben de Carvalho.
Imediatamente atrás de uma faixa vermelha onde se lia "25 de Abril sempre" seguiam também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, o dirigente socialista Jorge Coelho, os deputados do PS Manuel Alegre e Maria de Belém Roseira, além de personalidades ligadas ao 25 de Abril de 1974, como Vasco Lourenço e Rosa Coutinho.
A manifestação - em que se integraram ainda os dirigentes do Bloco de Esquerda Francisco Louçã, Miguel Portas e Luís Fazenda, o ex-lider do PCP Carlos Carvalhas, e o dirigente da CGTP, Carvalho da Silva - começou na Praça Marquês de Pombal. Descendo a Avenida da Liberdade até ao Rossio, via-se igualmente um chaimite onde se lia "MFA (Movimento das Forças Armadas) e muitos cravos vermelhos.
"Agora o povo unido nunca mais será vencido" foi a palavra de ordem mais entoada na manifestação, juntamente com "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais", enquanto os populares que ladeavam a Avenida da Liberdade se iam juntando ao desfile. Já no Rossio, e depois de subirem ao palco representantes de várias associações e partidos políticos que anualmente assinalam o aniversário do 25 de Abril de 1974, coube ao comandante Pedro Lauret proferir o discurso oficial.
O filósofo José Gil e a sua obra "Portugal, Hoje: O Medo de Existir" inspiraram o discurso de Pedro Lauret, da Associação 25 de Abril, que evocou os problemas que a Cultura portuguesa "herdou" dos 48 anos de ditadura. "A guerra colonial, as vexações, os crimes, a cultura do medo e da pequenez medíocre que o salazarismo engendrou" foram, segundo Pedro Lauret, algumas das situações que se "obliteraram das consciências e das vidas". Por isso, apelou à sociedade portuguesa para a necessidade de, "mais do que nunca, mobilizar os portugueses para a sua participação cívica e, em particular, para a participação no esforço de recuperação e modernização económica do país".
A marcha contou também com um grupo de defesa dos direitos LGBT integrado com o movimento Marcha Mundial de Mulheres, assim como diversos grupos de defesa dos direitos dos emigrantes, contra o racismo e outros temas sociais.
[adaptação de notícia da agência Lusa de 25.04.2005]