A advogada russa de direitos humanos, que fez manchetes há poucas semanas ao assumir-se como uma mulher transexual bissexual casada com outra mulher russa, mantém-se no topo das notícias - desta vez, ao anunciar a sua intenção de concorrer à presidência da Rússia em 2018.
Masha Bast, advogada da Associação dos Advogados Russos para os Direitos Humanos, anunciou a formação da sua campanha eleitoral na segunda-feira passada, e a sua intenção de concorrer às eleições de 2018 para presidente da Rússia. Bast disse que ela e os seus apoiantes estão a tentar manter as "primeiras verdadeiras eleições democráticas honestas e justas na Rússia."
"Putin quer que eu viva na Idade Média," escreveu Bast no seu Facebook com um artigo linkado para o seu anúncio de campanha. "Eu, pessoalmente, quero viver no século 21."
De acordo com o anúncio no site da Associação dos Advogados Russos para os Direitos Humanos, a campanha de Bast vai-se concentrar no desenvolvimento da Rússia, "onde os valores maiores sejam o ser humano, os direitos humanos e liberdades, a justiça e garantias sociais para todos."
Bast deseja que a Rússia se construa baseada no "socialismo europeu" que possa competir com os Estados Unidos, deslocando a nação eslava numa direcção progressista, afastada de uma sociedade de consumo, para uma sociedade inovadora, incentivando "a transição de uma sociedade de egoístas para uma sociedade altruísta".
Se for eleita, Bast será a primeira mulher presidente da Rússia, e a primeira pessoa abertamente LGBT a liderar a nação. Ela ressalvou que é pró-LGBT, pró-casamento igualitário, pró-liberdade de e da religião, e que se opõe à discriminação "contra qualquer pessoa por qualquer motivo", incluindo o sexismo e a diferença de classes.
Bast não abordou explicitamente o modo como a Rússia, que recentemente promulgou a proibição da chamada "propaganda de relações sexuais não tradicionais" pode afectar a sua campanha, embora se tenha assumido na semana passada num acto de protesto contra a mal definida lei que já viu LGBTs russos e visitantes presos, espancados e perseguidos por simples actos não-violentos como o desfraldar de uma bandeira arco-íris ou estar-se de mãos dadas em público.