O Movimento de Integração e Libertação Homossexual (Movilh) manifestou hoje a sua "total preocupação", ao presidente da câmara da Quinta Região de Valparaíso, Iván de la Maza Maillet, pela "contínua vulnerabilidade que afecta as pessoas transexuais" e que ontem à noite resultou num brutal espancamento sofrido por Clara Galdames Andrade, de 52 anos, e Grace Morales Leon, de 42.
As duas pessoas foram atacadas em Chacabuco Freire por seis indivíduos que deram murros, pontapés, com ferros e paus, de que resultaram múltiplas contusões e feridas abertas nas suas cabeças e noutras partes do corpo, segundo foi apurado no Hospital Carlos Van Buren, onde receberam tratamento.
"Se bem que a polícia já deteve como possíveis responsáveis seis jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 22 anos, o facto é que esses abusos continuam a acontecer na sua região, com consequências desastrosas para transexuais, os mais vulneráveis e discriminados na nossa sociedade ", disse o Movilh a De la Maza.
A Quinta Região de Valparaíso, disse o Movilh numa declaração, "tornou-se uma das mais virulentas no respeitante aos direitos humanos de transexuais, situação que nos levou a declarar em Março de 2007 esta área como" altamente perigosa" numa campanha nacional e internacional que originou uma rejeição de organizações em todo o mundo a estes brutais factos."
"Neste sentido, pedimos que tenha uma maior coordenação com a polícia para evitar tais abusos, bem como a implementação de medidas concretas contra a discriminação, a que o governo se comprometeu, em 2007, até agora sem serem conhecidos resultados positivos na Região", acrescentou a ONG que está actualmente a realizar diversas campanhas pelos direitos humanos das pessoas transexuais e que se espera que cheguem a Valparaiso com o apoio das autoridades
locais.
Entre 2002 e 2008, de acordo com os relatórios anuais sobre os direitos humanos das minorias sexuais, o Chile teve 389 casos e denúncias de discriminação pela diversidade sexual, sendo que 11 por cento referem-se a pessoas transexuais, "um número alarmante considerando que este segmento da população é quantitativamente minoritário" afirmou o Movilh.