Conforme as temperaturas descem a mínimos extremos, mulheres trans em Montreal continuam a não ser aceites em abrigos femininos. Nas últimas semanas de frio intenso, a membros da ASTT(e)Q, um projecto local de saúde trans da CACTUS Montreal, foi-lhes recusado acesso aos abrigos por serem trans. Embora estes actos sejam frequentemente justificados por regulamentos administrativos, os membros desta associação acreditam que estas práticas exclusivas estão enraizadas em atitudes discriminatórias para com a comunidade trans.

A maioria dos abrigos do Quebec requer que as pessoas trans se tenham submetido a cirurgias de correcção de sexo (CCS) e/ou terem mudado legalmente o seu género/sexo. ?Estas exigências são inatingíveis para a maioria das sem abrigo trans devido aos custos proíbitivos e ás inúmeras exigências administrativas? afirmou Mirha-Soleil Ross, da ASTT(e)Q. ?As mulheres trans ficam assim sem opções, visto os abrigos masculinos não serem claramente uma opção. Sem ninguém a quem recorrer, elas ficam nas ruas o que, com temperaturas de 30º negativos pode ser mortal?.

?Ainda esta semana, uma mulher trans que se submeteu à CCS há alguns meses viu recusado o seu acesso a um abrigo feminino porque no seu documento identificativo não tinha um ?F?. Embora consideremos que as pessoas trans devam ter acesso aos abrigos independentemente do seu status cirúrgico, este é um claro caso de discriminação disfarçado em regulamentações administrativas.? Contou Ross.

Em comunicado, a ASTT(e)Q, exige que os abrigos removam imediatamente as barreiras para a admissão de pessoas trans baseadas na sua documentação legal e/ou no seu status cirúrgico, e que o acesso a estes e outros serviços específicos por género sejam pela identidade de género das pessoas e não pelos status legais ou cirúrgicos, convidando outras associações do Quebec a unirem-se à comunidade trans para que não mais seja negado o acesso aos abrigos.